Segundo post e já me sinto a ficar sem frases de abertura. Hoje ainda posso sacar um "Primeira semana inteira em Bruxelas...", no próximo domingo poderei usar "Chegámos a Outubro!", mas depois disso, e como não me lembro de nada por agora, vou deixar esse problema para o Pedro do futuro, que é um gajo que, quando não estraga tudo, me resolve bastantes situações - por outro lado, o Pedro do passado ou me deixa orgulhoso ou me dá vontade de gozar com ele e/ou lhe dar um par de estalos.
Antes de mais, as aulas. Tenho atividades letivas em três "sítios" diferentes: na Faculté des Sciences (a minha, mas desta vez com um B a mais no acrónimo), na VUB, a universidade flamenga, que tem uma parceria com a ULB - sendo estas duas no enorme campus La Plaine - e talvez ainda no campus principal e o mais animado, o de Solbosch. Digo "talvez" porque tenho ainda pendente o processo para alterar uma cadeira que escolhi em Ghent (que tem uma parceria com a VUB, tendo usado isso para me criarem especificamente um código para essa cadeira) para... Relações Internacionais, em Bruxelas.
O caso é que, como pensei que a cadeira de Plasmas na ULB, que é 90% de fluidos e apenas 10% de plasmas, não me ia dar equivalência depois no Técnico, inscrevi-me em ambas para prevenir essa situação; afinal, o coordenador autoriza a primeira, e assim, sendo que já que estou cá e me interesso por estes temas, gostava de frequentar algo (bem) diferente da minha área e com um professor, Mario Telò, que é uma grande autoridade no tema. O problema é que, como isto do Erasmus+ é ridiculamente burocrático, preciso novamente das assinaturas dos coordenadores quer de Lisboa, quer daqui de Bruxelas, e o do Técnico veio agora com uma conversa de que, se me inscrevia em 30 ECTS cá, tinha de ter equivalência aos mesmos lá; ora, se eu me inscrevi em trinta, foi porque mo disseram no Técnico para fazer, de maneira a "encher" o learning agreement, uma vez que eu não tenho de todo mais cadeiras possíveis de fazer fora do IST - tenho apenas três, ou seja, 18 ECTS. Espero bem que seja só um problema de comunicação, pois não há hipótese de isto agora me correr mal.
Mas bem, voltando ao tema inicial, as aulas são, essencialmente, iguais a Portugal: duas horas, comigo a já estar farto ao fim de meia, cerca de dez pessoas na sala - em RI estarão provavelmente umas boas dezenas, no entanto - e o professor a falar com relativo entusiasmo. No geral, consigo perceber, pelo menos, a ideia base, uma vez que muitas palavras são semelhantes ("particule", "trajectoire", "fluide")... Uma coisa boa é a avaliação ser por oral, algo que acho que faz bem mais sentido em mestrado, e a poder fazer em inglês caso assim o prefira.
Depois, fui ao Parlamento com uma bacana brasileira que conheci pela noite bruxelense mas chegámos tarde demais para o visitar e ficámo-nos pelo Parlamentarium, o centro didático com uma exposição sobre a história da UE, que também não tive tempo de ver como deve ser (sendo, portanto, provável que lá volte). No fim-de-semana estive em Louvain-la-Neuf para os anos de uma nossa, numa noite porreira, mas depois já de madrugada decidiu-se ir no dia seguinte a Ghent e o resultado foi termos lá chegado já depois das 16h, ou seja, com três horas de sol ou pouco mais.
A malta de LLN queria lá ficar num hostel, nós não, mas como só começaram a ver disso às 21h, voltaram connosco para Bruxelas, onde, a irmos para casa, saí de um autocarro noturno para ir buscar o resto do pessoal, que depois já estava noutro, e como resultado tive um não muito bacano a abordar-me e já a falar em me acompanhar a casa, isto após o novo autocarro se ter atrasado e ter acabado a pagar 12€ de táxi. A conclusão a que cheguei é a mesma a que chego sempre: ou saio com malta decidida a fazer as coisas e a ir aos sítios e a não se prender pelos outros, ou saio sozinho.
Esta semana vou tentar adotar uma rotina (bem) mais contida em termos de gastos, até porque irei à Oktoberfest no dia 30 e já gastei mesmo bem mais que o que queria e devia, apesar de, enfim, serem os primeiros dias e as despesas de passes e afins virem todas agora. Uma despesa que não acontecerá é a de usar as bicicletas da cidade; devido a uma promoção, terei agora seis meses sem pagar subscrição, pelo que, se andar no máximo meia-hora seguida, não pago nada - e para qualquer um dos campi demoro somente uns dez, quinze minutos. Depois de ir a Munique, estou a pensar em ir a Liège e a Dinant com o grupo de Erasmus durante o próximo mês, passar os meus anos em Amesterdão e outras cidades da Holanda, ir talvez à Polónia em Dezembro e, caso ainda dê, ir a Anfield Road - afinal, não trouxe a camisola dos Reds apenas para me obrigar a mudar as malas na altura do check-in no aeroporto.
Quanto à vida por cá, uma coisa é perder-me na matéria em português, outra é fazê-lo em francês, pelo que, e eu sei que digo isto todos os semestres, neste irei mesmo tentar ter tudo em dia. Terei seis cadeiras, em que uma delas, Techniques of Artificial Intelligence, será essencialmente de programação (coisa que eu mal faço desde 2012) e a tal cadeira de Plasmas que tenho obrigatoriamente de fazer, Dynamique des fluides et des plasmas é, como já referi, mais fluidos que outra coisa, que é provavelmente a área da física com a matemática mais complexa - e a cadeira de meios contínuos que tive na FCUL foi a maior palhaçada.
De resto, tenho amanhã/daqui a oito horas um teste de nível de francês para um curso de 3 ECTS, 30 horas. O meu nível é provavelmente alto demais para este curso, uma vez que na descrição do mesmo vem "A2 -> B1/B2" e eu já tenho o B1 e muitos francófonos me dizem que me safo bastante bem, mas o problema de me ter inscrito no de 5 ECTS (60h) era que, assim, ficava com menos tempo para um de flamengo que quero também frequentar.
É verdade que não tenciono voltar a pegar nessa língua depois de me ir embora de Bruxelas, mas já que cá estou, quero aprender alguma coisa e quando receber os ordenados milionários que se diz que os formados do MEFT têm, poderei aprofundar melhor o idioma gaulês - nem que seja no BNP Paribas, que vejo por toda a cidade e vai ao Técnico recrutar jovens engenheiros. Pena que não seja a minha cena. Depois, sugeri à Marta trocarmos postais enquanto cá estou e ela achou boa ideia; é uma cena engraçada de se fazer e dá para amenizar um pouco o facto de agora só a voltar a ver em dezembro. Pelo menos ficar a conhecê-la melhor é garantido, espero.
Antes de mais, as aulas. Tenho atividades letivas em três "sítios" diferentes: na Faculté des Sciences (a minha, mas desta vez com um B a mais no acrónimo), na VUB, a universidade flamenga, que tem uma parceria com a ULB - sendo estas duas no enorme campus La Plaine - e talvez ainda no campus principal e o mais animado, o de Solbosch. Digo "talvez" porque tenho ainda pendente o processo para alterar uma cadeira que escolhi em Ghent (que tem uma parceria com a VUB, tendo usado isso para me criarem especificamente um código para essa cadeira) para... Relações Internacionais, em Bruxelas.
O caso é que, como pensei que a cadeira de Plasmas na ULB, que é 90% de fluidos e apenas 10% de plasmas, não me ia dar equivalência depois no Técnico, inscrevi-me em ambas para prevenir essa situação; afinal, o coordenador autoriza a primeira, e assim, sendo que já que estou cá e me interesso por estes temas, gostava de frequentar algo (bem) diferente da minha área e com um professor, Mario Telò, que é uma grande autoridade no tema. O problema é que, como isto do Erasmus+ é ridiculamente burocrático, preciso novamente das assinaturas dos coordenadores quer de Lisboa, quer daqui de Bruxelas, e o do Técnico veio agora com uma conversa de que, se me inscrevia em 30 ECTS cá, tinha de ter equivalência aos mesmos lá; ora, se eu me inscrevi em trinta, foi porque mo disseram no Técnico para fazer, de maneira a "encher" o learning agreement, uma vez que eu não tenho de todo mais cadeiras possíveis de fazer fora do IST - tenho apenas três, ou seja, 18 ECTS. Espero bem que seja só um problema de comunicação, pois não há hipótese de isto agora me correr mal.
Mas bem, voltando ao tema inicial, as aulas são, essencialmente, iguais a Portugal: duas horas, comigo a já estar farto ao fim de meia, cerca de dez pessoas na sala - em RI estarão provavelmente umas boas dezenas, no entanto - e o professor a falar com relativo entusiasmo. No geral, consigo perceber, pelo menos, a ideia base, uma vez que muitas palavras são semelhantes ("particule", "trajectoire", "fluide")... Uma coisa boa é a avaliação ser por oral, algo que acho que faz bem mais sentido em mestrado, e a poder fazer em inglês caso assim o prefira.
Depois, fui ao Parlamento com uma bacana brasileira que conheci pela noite bruxelense mas chegámos tarde demais para o visitar e ficámo-nos pelo Parlamentarium, o centro didático com uma exposição sobre a história da UE, que também não tive tempo de ver como deve ser (sendo, portanto, provável que lá volte). No fim-de-semana estive em Louvain-la-Neuf para os anos de uma nossa, numa noite porreira, mas depois já de madrugada decidiu-se ir no dia seguinte a Ghent e o resultado foi termos lá chegado já depois das 16h, ou seja, com três horas de sol ou pouco mais.
A malta de LLN queria lá ficar num hostel, nós não, mas como só começaram a ver disso às 21h, voltaram connosco para Bruxelas, onde, a irmos para casa, saí de um autocarro noturno para ir buscar o resto do pessoal, que depois já estava noutro, e como resultado tive um não muito bacano a abordar-me e já a falar em me acompanhar a casa, isto após o novo autocarro se ter atrasado e ter acabado a pagar 12€ de táxi. A conclusão a que cheguei é a mesma a que chego sempre: ou saio com malta decidida a fazer as coisas e a ir aos sítios e a não se prender pelos outros, ou saio sozinho.
Esta semana vou tentar adotar uma rotina (bem) mais contida em termos de gastos, até porque irei à Oktoberfest no dia 30 e já gastei mesmo bem mais que o que queria e devia, apesar de, enfim, serem os primeiros dias e as despesas de passes e afins virem todas agora. Uma despesa que não acontecerá é a de usar as bicicletas da cidade; devido a uma promoção, terei agora seis meses sem pagar subscrição, pelo que, se andar no máximo meia-hora seguida, não pago nada - e para qualquer um dos campi demoro somente uns dez, quinze minutos. Depois de ir a Munique, estou a pensar em ir a Liège e a Dinant com o grupo de Erasmus durante o próximo mês, passar os meus anos em Amesterdão e outras cidades da Holanda, ir talvez à Polónia em Dezembro e, caso ainda dê, ir a Anfield Road - afinal, não trouxe a camisola dos Reds apenas para me obrigar a mudar as malas na altura do check-in no aeroporto.
Quanto à vida por cá, uma coisa é perder-me na matéria em português, outra é fazê-lo em francês, pelo que, e eu sei que digo isto todos os semestres, neste irei mesmo tentar ter tudo em dia. Terei seis cadeiras, em que uma delas, Techniques of Artificial Intelligence, será essencialmente de programação (coisa que eu mal faço desde 2012) e a tal cadeira de Plasmas que tenho obrigatoriamente de fazer, Dynamique des fluides et des plasmas é, como já referi, mais fluidos que outra coisa, que é provavelmente a área da física com a matemática mais complexa - e a cadeira de meios contínuos que tive na FCUL foi a maior palhaçada.
De resto, tenho amanhã/daqui a oito horas um teste de nível de francês para um curso de 3 ECTS, 30 horas. O meu nível é provavelmente alto demais para este curso, uma vez que na descrição do mesmo vem "A2 -> B1/B2" e eu já tenho o B1 e muitos francófonos me dizem que me safo bastante bem, mas o problema de me ter inscrito no de 5 ECTS (60h) era que, assim, ficava com menos tempo para um de flamengo que quero também frequentar.
É verdade que não tenciono voltar a pegar nessa língua depois de me ir embora de Bruxelas, mas já que cá estou, quero aprender alguma coisa e quando receber os ordenados milionários que se diz que os formados do MEFT têm, poderei aprofundar melhor o idioma gaulês - nem que seja no BNP Paribas, que vejo por toda a cidade e vai ao Técnico recrutar jovens engenheiros. Pena que não seja a minha cena. Depois, sugeri à Marta trocarmos postais enquanto cá estou e ela achou boa ideia; é uma cena engraçada de se fazer e dá para amenizar um pouco o facto de agora só a voltar a ver em dezembro. Pelo menos ficar a conhecê-la melhor é garantido, espero.
Pedro Mendes