De volta a Portugal. O título é o que é pois, de facto, a semana passada foi a décima-quarta que passei em Bruxelas - se bem que, contando os dias inteiros passados na capital da Europa, esses foram apenas dois. Escrevo apenas hoje pois andei ocupado em ir ao Técnico para saber mais sobre a reestruturação do curso e tratar de arranjar orientador para a tese, e ainda em ir à FCUL ver o pessoal e organizar um jantar cá em casa ontem - que, como sempre, teve mais pessoas que o que devia ter pois eu quero sempre convidar toda a gente e esqueço-me da logística. Mas ya, é melhor isto do que partir uma perna.
Tal como escrevi no último post, voltei de Ljubljana na segunda-feira e depois, essencialmente, fiquei em casa até ir ajudar o Luis, um dos meus grandes amigos de Erasmus, numas provas de Inglês para entrevistas de emprego em Madrid, tendo jantado em casa dele num serão fixe com a família da colega de casa dele e ainda um irlandês que me disse que, na escola dele de puto, haviam uns doze sotaques, após eu lhe ter dito que num país tão pequeno com a Irlanda provavelmente isso não seria tão significativo como no Reino Unido. Afinal ya, é.
Em seguida, terça fui a uma banhada de uma conferência para estudantes de Erasmus, que era de borla para nós mas 10€ para o comum estudante e 50€ para o resto - eu nem isso em amendoins teria dado. À noite, fui com um amigo português que esteve lá ao Scott's Bar, para a última Erasmus Tuesday, e em seguida para o Delirium, onde uma gaja toda narsa foi contra ele e então o amigo/namorado/pai dela nos pagou uma rodada com o seu American Express tirado duma carteira cheia de papéis. Ah, o capitalismo. Na quarta, fui ao último treino de voleibol antes do próximo ano, onde conheci uma moldava bacana, e tive a última aula de Didática, que consistiu basicamente em falar durante 45min (20min para mim, pois cheguei atrasado), ir depois perguntar ao professor como é que era, e ele dizer que ya, a cadeira acabou, todos passaram, agora as notas saem em Janeiro, sem exames, sem nada. Tá-se bem.
Na quinta, tive as últimas aulas de Fluidos e Nanofísica, onde tentei dar o toque para a oral - em Fluidos, que na verdade se chama Dinâmica de Fluidos e Plasmas, não chegámos sequer a falar na última parte, e eu estava na cadeira para isso, pelo que fui dizer isso ao professor mas não sei se terá grande efeito -, e parti finalmente para Hamburgo. Na sexta de manhã, apanhámos o ferry e fomos passear pelo distrito português, onde almoçámos no Sr. Júlio, um nortenho onde já tinha ido com o Luis na vez anterior e que te serve pão com manteiga de alho de borla e com um menu de almoço de 6€ que inclui sopa e prato, mas um prato tão bem-servido que pedimos para guardar e ainda o fomos jantar à noite em casa. Como a Hanna trabalha às sextas e sábados, precisamente quando eu estive lá, foi posteriormente para a Iitala, a loja dela no centro, e eu fui para o meu primeiro free tour, este por St. Pauli e pelo porto, voltando a apanhar transporte aquático. Foi bastante interessante e deu para conhecer este distrito tão alternativo, por onde voltaria a estar no dia seguinte, desta vez num tour de arte urbana e onde fiquei com o contacto de um australiano bué australiano. Ainda passei pelo estádio do St. Pauli para comprar um emblema - e acho que fiquei um bocadinho fã -, antes de ir apanhar a Hanna na loja e ainda irmos passear um pouco pelo lago, dar um salto a um bar que ela conhecia e ir finalmente para casa.
No sábado, último dia, ela já entrava às 10h, pelo que eu fiquei até mais tarde em casa e fui dar um abraço ao Jöchen, o meu host de couchsurfing na outra vez. Ficámos aí uma hora a falar, com ele a pagar-me o chá e uns bolos tradicionais alemães de cujo nome não me lembro e que levei para Bruxelas, e onde falámos sobre política, uma vez mais. Curto mesmo de falar com ele, aprendo imenso. Depois disso, fui então andar pelo roteiro da arte urbana da segunda maior cidade da Alemanha - e não percebo por que é que o pessoal dá gorjetas de 20€ em free tours, isso é ir contra o conceito porque senão que fossem para um pago - e ainda estive uma hora com a Hanna antes de me vir embora. Gostei bastante de termos estado juntos de novo, e enquanto assim o quisermos, não há qualquer necessidade de rotular as coisas e de pensar no "e depois?". A única coisa que quero saber, e que lhe disse, é que, em caso de guerra, a Alemanha não será propriamente o melhor país para se estar e que quero que ela esteja segura. De preferência, comigo.
Cheguei a Bruxelas às 20h15, fui a casa, jantei, fiz a mala, fui à festa de Erasmus - onde houve, finalmente, boa música -, sendo que o Nenad, o croata que conheci em Hamburgo, estava por lá e veio também à festa, além do Mehdi, um gajo do BEST com quem depois também estive em Copenhaga. Despedi-me do pessoal pouco antes das 4h, pois já estava a ficar merda, e vim mais o Nelson de táxi a casa para dormir (meia-hora, pior decisão de vida) e pegar as malas para ir Schuman apanhar o autocarro e, posteriormente, o avião às 8h15. À chegada, um dos meus afilhados, a namorada dele e um dos meus grandes amigos de infância foram-me buscar ao aeroporto, tendo jantado em casa deste último com mais pessoal, e depois fui ainda a casa de outra amigo e quinei por volta das 18h, tendo ido para casa dormir 3h, depois acordar, começar a ver um filme, dormir mais umas 6h e assim chegar a segunda-feira. Já tinha imensas saudades disto tudo, em particular do pessoal. E de serem 16h e estranhar ainda ser de dia.
Daqui a pouco, vou com o meu irmão e mais o Zé e o irmão para o Tramagal. Regressar, finalmente, a casa. Quanto ao blog, só regressará daqui a três semanas, quando voltar a Bruxelas. Os meus votos de Boas Festas, convosco e com os vossos!
Pedro Mendes