Estou extremamente cansado para escrever grande coisa, mas acordei que iria fazer isto e portanto, vamos lá. Tal como prometido na publicação anterior: entrámos na primeira semana de Outubro!
Antes de mais, uau, o tempo passa mesmo a correr. Este ano civil, e ao contrário de 2015, que foi um ano que não me correu especialmente bem, já tive imensas experiências diferentes e se, tudo correr bem, vou continuar a tê-las. Uma que quero que pare rapidamente, porém, é a que tive nesta semana passada, em que os meus dias começaram quase sempre comigo a (re)enviar e-mails, reclamações, enfim, a tratar de problemas que não existiriam se os serviços académicos, quer aqui em Bruxelas quer em Portugal, fossem competentes. Que, é verdade e já o escrevi aqui, eu não sou o aluno mais dedicado, sou um baldas, mas se há coisa na qual me considero exemplar é em me informar sobre o que tenho de fazer e qual o procedimento para esta e aquela ação; o caso é, não o posso fazer com segurança e certidão, quando as pessoas com quem me devo informar, não sabem (ou não parecem saber, espero eu) o que estou a fazer.
Antes de mais, reclamei do Técnico pois enviei um requerimento, cujo resultado não me foi divulgado por e-mail tal como tinham dito que aconteceria - ignoraram-me, literalmente, por cinco vezes; depois, o mesmo foi-me dado a conhecer, mas não os motivos do seu indeferimento, pelo que enviei nova reclamação (e esta aqui até comecei com, por lapso, "que tal assim?", pois o meu pai ainda a tinha estado a rever). Finalmente, a resposta que tive foi, basicamente, é assim a lei e pronto. Tudo bem, mas então, que sejam competentes e que expliquem e divulguem as merdas aos alunos.
Aqui, esta malta acho que consegue ser ainda pior; na verdade, Bruxelas parece-me uma cidade que funciona pior que o que, à partida, poderia parecer. Inscrevi-me numa cadeira para este semestre, que, na quinta-feira, mudou de repente para o segundo, e fui falar com o responsável pela mobilidade da ULB, que foi, em seguida, falar com o secretariado (fechado na sexta-feira, mas aberto para ele) e que lhe disseram, e passo a citar "we made a mistake. It happens". Pois, não. O gajo da mobilidade, um tipo mesmo bacano comigo e que perde o tempo dele a ver comigo horários e cadeiras, só foi falar com o secretariado quando eu falei em fazer uma queixa, e depois ainda me vem dizer que os estudantes estrangeiros são a menor preocupação da universidade e que, quando falei que, assim, se calhar não os deviam ter, me diz "we still have plenty, don't worry". Têm azar em não ter sabido disto antes de concorrer, senão nunca me teriam posto a vista em cima.
Finalmente, o meu coordenador de Erasmus no Técnico, às vezes levanta situações que não sabe bem como são e que depois me deixam preocupado, mas também tem o bom senso de, como me disse hoje, se ir informar, e portanto, o que vou ter de fazer agora é simplesmente escolher outra cadeira e enfim, fazer na mesma 30 ECTS cá (seis cadeiras), quando na verdade só preciso de metade, aos quais juntarei os três créditos do curso de francês que começo amanhã, para ter equivalência às cadeiras no Técnico. Este programa é tal e qual o espelho da União Europeia: burocrático e desorganizado.
Provavelmente irei escolher Astrofísica, após falar também amanhã com o professor, e assim, terei, finalmente uma cadeira da minha primeira profissão de "sonho", à qual se junta Relações Internacionais, a profissão que teria numa vida sem a preocupação de ter uma carreira estável. Ou que ainda virei a ter, veremos.
E enfim, estou cansado porque voltei hoje da Oktoberfest, após ter partido de Bruxelas na sexta ao final da tarde e ter, assim, passado as últimas duas noites num autocarro. O meu grupo voltou a ser extremamente aleatório, com um paquistanês (que me fez pagar 20€ pela mochila pois disse que não havia problema em as levarmos, e depois, como houve, "escondêmo-las" atrás duma árvore e acabaram nos perdidos e achados), um chileno, que ficou simplesmente todo bêbedo a voltarmos para o autocarro - eu fiquei mais cedo, portanto passei a viagem já de ressacada - e ainda um espanhol que, à última da hora, decidiu ir comigo mas que como já era tarde para ir desde Bruxelas, teve que ir apanhar o autocarro a Colónia. De resto, conheci ainda uma Hong-Kong-nesa, uma mexicana e imenso pessoal com quem tenho fotos e não faço ideia de quem sejam lá na festa. Que parecia especial para alemães, pois não foram poucas as vezes que fomos barrados sem razão aparente ao entrar nos lugares.
Assim me despeço. Um bem-haja, caros leitores virtuais que podem, na verdade, não existir de todo mas que merecem na mesma uma despedida. E este foi o centésimo post no blog, afinal.
Pedro Mendes
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