Mais uma semana, e o mundo está um pouco mais perto de rebentar. Às vezes sinto-me como se já tivesse 30, 40 anos e me estivesse a lembrar de como é que tudo começou: o Putin a sair do TPI, o Brexit, o Trump as eleições e o pessoal a dizer "claro que ele não vai ser assim tão mau...", o Erdogan a ir lentamente despedindo professores e juízes até acabar também com o cargo de Primeiro-Ministro... Eu não gosto muito de ter razão e as coisas correrem mal, portanto espero que o Pedro do futuro se lembre do Pedro do passado (atual presente) como um pessimista. E não como um realista.
Mas bem, agora que já vos deixei num mood pensativo, o que é que tenho para contar? Bem, no início da semana, fiz o que faço sempre, aula de Relações Internacionais e depois de Francês, para onde temos de fazer um trabalho de grupo sobre um aspeto da cultura belga. Eu queria fazer sobre o Tintim, portanto fui com o meu grupo - dois italianos e um espanhol, os gajos mais anhados de sempre, que nem sequer leram os livros mas que se juntaram apenas para terem um tema - a Louvain-la-Neuf, ver o Museu Hergé, que é de facto sobre toda a obra do artista belga mas quanto à qual, e a não ser que o protagonista fosse um jovem jornalista ruivo, caguei.
Só fomos hoje ao museu, no qual estive duas horas pois é mesmo fixe, com modelos do submarino de Rackham, o Terrível, da estátua d'A Orelha Quebrada, dos Charutos do Faraó, um modelo do foguetão que os levou à Lua (ainda antes dos americanos) em ponto pequeno, pois o grande está no aeroporto de Zaventem e vi-o logo quando cheguei, e ainda uma foto da aranha "gigante" vista ao telescópio n'A Estrela Misteriosa. Fiquei a saber a história por detrás da história, passe o pleonasmo, que o Chang do Lotus Azul existiu mesmo, do surgimento das personagens, enfim, gostei mesmo. E ao que parece há um Tintim que ainda não li, o Alph-Art, que parece que é uma história inacabada do Hergé. Vou ver se compro a versão original nos próximos dias.
Tive um fim-de-semana em cheio, na verdade; quer dizer, o Nole perdeu hoje o título do Masters e não conseguiu, assim, recuperar o número um ainda antes do final da temporada, mas eu disse logo após Roland Garros que, para mim, a temporada já estava feita, e certamente que ele terá agora tempo para voltar ao seu melhor daqui a já menos de dois meses. Voltando ao que tenho feito, fui finalmente ao concerto de MONO, Alcest e pg.lost na sexta, onde me colei a uns flamengos bacanos logo à entrada, e foi tão fixe que saí de lá como se tivesse passado o dia no ginário. A ordem das bandas foi a oposta à que escrevi, mas a relevância e, portanto, a duração, foi esta: pg.lost tocaram 5/6 músicas, o que foi pena pois queria ter ouvido mais, Alcest foram tipo 45min e depois vieram os japoneses, que não disseram uma única palavra e tocaram imenso, tendo feito durar três horas no total.
Após o final do concerto, vim para casa dormir umas 3, 4 horas, pois fui às 6h da manhã para Amesterdão, onde passei o sábado. Quer dizer, inicialmente estive em Zaanse Schans, um terra típica holandesa cheia de moinhos, e depois chegámos pela hora de almoço e, após comer, fizemos um tour pela cidade com uma chuva horrível. Foi provavelmente o único senão, pois Amesterdão (Amstel, o rio, dam, barragem/dique) é diferente de todas as cidades onde jáfui. Primeiro, os holandeses que conheço parecem ser de facto todos cinco estrelas, e depois porque, desde que não interfira ou ofenda alguém e contribua para a sociedade, se pode fazer tudo. Isto é um pensamento bastante acertado a meu ver, pois de facto a erva se for legalizada tem muito mais vantagens para o estado do que se não, e o mesmo se aplica à prostituição, que é ilegal essencialmente devido a questões religiosas. E as gajas que estão no Red Light District, meu Deus, se não contribuem... Ah, e ya, fui fumar com o gajo da organização da viagem para uma coffee shop após o passeio e após isso apenas ficámos por lá a colar ou mudámos de bar umas duas vezes, a última para conhecer a holandesa que me convidou para sair em Copenhaga e ver que destoava bastante do que se via nas montras pelas ruas. Ainda bem, de certo modo.
No resto da semana, ya, tive aulas, fui a algumas, voltámos a não ter na sexta-feira pois hoje é o dia do fundador da ULB e quiseram celebrar num dia de semana; assim, não tenho Nano há quase um mês, após a semana intermédia onde não houve por haverem poucos alunos, o feriado da passada e agora esta. E para marcar os exames orais, sugeri fazê-lo no grupo da turma e fizeram logo grande filme que era preciso falar com não sei quem e fazer não sei o quê; afinal não quero assim tanto marcá-los e vou só usar a carta do "eu não posso aí, sou de Erasmus" caso seja proposto para depois de 25 de janeiro; queria ver se ia à Escócia para me despedir do Erasmus, pois não voo por 20€, ida e volta, para lá desde Lisboa.
A carta da Marta éque nunca mais chega, e agora já são duas que vêm a caminho. Amanhã é o quinto dia útil desde que ela mandou a segunda, portanto, supostamente terá que chegar. Senão acho que vou falar com o bacano não-bacano dos Correios aqui de Etterbeek, que da outra vez me perguntou se falava inglês, eu disse que sim e continuou a falar francês sabendo que não estava a perceber. Putain.
Vá, ide dormir, que eu tenho merdas para fazer.
Pedro Mendes
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