Visualizações

domingo, 7 de julho de 2013

Wimbledon 2013

Chegou ao fim mais uma edição do torneio de Wimbledon, possivelmente uma das edição com mais surpresas e resultados inesperados de sempre! Se no quadro masculino a final até acabou por ser disputada entre os dois primeiros cabeças-de-série, já no quadro feminino o máximo que uma top-10 fez foi chegar às meias-finais apenas.

Para começar, logo na terça-feira Rafael Nadal foi eliminado. O espanhol regressou à competição no princípio de Fevereiro e desde então chegou pelo menos à final de todos os torneios que havia disputado, tendo defendido quase todos os pontos que tinha a defender - a exceção foi Monte Carlo, onde perdeu na final que havia ganho nos oito anos anteriores - e ainda pontuando em Indian Wells e Madrid, entre outros. Depois de mais uma vitória em Paris, o maiorquino chegou a Wimbledon para "defender" a segunda ronda de 2012 (o seu último jogo do ano após se ter lesionado) e... conseguiu perder pontos, tendo caído na primeira ronda para Steven Darcis!

Mas calma, isto não foi nada (ou pelo menos, relativamente). No dia seguinte, no início da 2ª ronda, entraram em court tenistas como Lleyton Hewitt, Roger Federer, Ana Ivanovic, Jelena Jankovic, Caroline Wozniacki, Victoria Azarenka e Maria Sharapova - sim, todos antigos líderes do ranking mundial. E, com a desistência de Azarenka pelo meio após ter caído na primeira ronda contra a nossa Maria João Koehler, todos eles caíram fora da competição!
Os maiores destaques vão, logicamente, para as eliminações de Maria Sharapova e Roger Federer. A primeira foi, como se sabe, eliminada pela nossa Michelle Brito em sets diretos, que protagonizou assim a maior vitória de sempre do ténis português! Pessoalmente não acho que esse seja o maior feito do ténis nacional - iguala, logicamente, a chegada da própria à 3ª ronda de Roland Garros e do Frederico Gil a essa mesma fase no Open da Austrália do ano passado mas penso que a final do Gil no Portugal Open foi algo superior - mas foi sem dúvida um dos grandes momentos do nosso ténis e que, esperemos, catapulte a Michelle para o nível que "merece".
Depois, houve ainda a eliminação do Roger Federer; o hepta-campeão de Wimbledon (e que era o atual campeão) pôs fim a uma série de mais de 30 (trinta) quartos-de-final consecutivos em Majors ao cair na 2ª ronda para o ucraniano Sergiy Stakhovsky, um tenista que nunca foi sequer top-30. Isto começa a ser um cliché, mas penso que é mesmo este o sinal da queda do suiço; com apenas um título este ano e agora com o fim de mais um recorde, além da confirmação de Andy Murray como regular vencedor - ou pelo menos regular finalista - de torneios do Grand Slam, penso mesmo que o recordista de vitórias em Majors se irá ficar pelos dezassete... Ou então ele volta a surpreender-nos a todos e ganha de novo um dos quatro.

Passando agora às finais.
A feminina foi disputada entre Marion Bartoli e Sabine Lisicki, depois de nas meias-finais terem derrotado Kirsten Flipkens e Agnieszka Radwanska respetivamente. De facto, e como a própria disse, a Lisicki teve um caminho muito mais difícil até à final que a Bartoli - basta referir que foi a alemã quem derrotou a Serena nos quartos-de-final. Porém, penso que a vitória da francesa é justa; é certo que não defrontou sequer uma tenista do top-15, mas a Bartoli não perdeu qualquer set e deu um banho de ténis na meia-final e depois na final. Pessoalmente não gosto da estética do jogo dela - nem da estética da cara dela - e acho-a um bocado "estranha", mas ténis é ténis e se a Bartoli foi a melhor então é totalmente merecido e é de se lhe tirar o chapéu; além disto, nenhuma tenista esteve sempre no top-20 nos últimos seis anos sem ser a nº1 francesa.

Já a final masculina que acabou agora, também foi merecidamente ganha. O Djokovic jogou bastante mal e com o público a torcer por ele, o Murray conseguiu finalmente ganhar no All England Club! Fiquei bastante feliz por ele, que penso que já está definitivamente ao nível do resto do Big Four, mas também um bocado chateado pelo Nole; pelo segundo ano consecutivo, ele voltou a quebrar na temporada europeia em termos mentais. Em Roland Garros, teve break acima no quinto set frente ao Nadal na meia-final e agora em Wimbledon também esteve a vencer por 4-2 nos dois últimos sets antes de sofrer uma reviravolta... Não que ele precise de provar ainda alguma coisa a alguém, mas gostava de o ver ganhar outro Major que não o Open da Austrália este ano.

É isto. Um bem-haja,
Pedro Mendes