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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

"Férias" pré-exames, uma retrospetiva

O tempo está a passar depressa. Já vamos a quase um terço de Janeiro, e parece que ainda ontem voltei a Portugal e amanhã já estou a regressar. O que é fixe, pois tem que ser para fechar a época de exames, mas estou bem mais pressionado desta vez que o que costumo. Mas bem, por alguma razão os meus amigos dizem "é incrível como estás aí a fritar sobre o que responder a essa gaja e nunca ficas nervoso para uma prova".

Foi um bom período cá: estive com a minha família, os meus amigos, e tratei finalmente do tema de tese - terei como orientador o professor do que queria inicialmente, e que assim será coorientador, e terei de construir um percetrão (tipo de rede neuronal artificial) quântico com memristores, algo que também tive de googlar mas que se enquadra no que pretendia. Assinei o contrato de Erasmus e receberei bolsa, 900€ nas próximas semanas e 225€ depois (que transferirei integralmente para os meus pais, que me estão a pagar isto tudo e portanto nem poderia ser de outra maneira), voltei a concorrer para o programa de estudantes de Verão no CERN, para o qual levei nega nos últimos dois anos mas, afinal, dizem que à terceira é que é de vez. Talvez nem vá para o CERN mas antes para Aarhus - uma escola de Verão de três semanas para pôr em prática o meu dinamarquês - ou faça um estágio na REN de um a três meses, que pensei inicialmente em fazer durante o semestre mas, querendo tirar a carta e dar explicações, talvez não seja possível afinal.

Nem tudo são boas notícias, porém, uma vez que perdi a casa em Lisboa. Era um negócio da China pois é literalmente emprestada, pelo que só pagávamos as despesas, mas isso devia-se ao facto de os senhorios serem tios/primos afastados... dos meus dois (ex-)colegas de casa, e já no Verão de 2015 tinha reparado que me queriam pôr um par de patins. A desculpa que lá arranjaram agora foi que houve queixas de barulho do jantar que dei lá quando voltei - supostamente, sempre houveram e desde o início nunca os pude organizar, e só agora é que disseram isto e nem foi, nem a mim diretamente, nem ao meu pai, nem ao meu colega de casa. Enfim, pessoal básico de aldeia é assim, nem vale a pena pensar mais nisso. Agora arranjar a meio do ano e a bom preço vai ser complicado, pelo que é mais uma razão para tentar ganhar dinheiro agora a partir de março. Mas certamente que tudo se comporá.

O que tenho feito para os exames foi, na segunda semana, despachar os casos de estudo de Relações Internacionais - um sobre o possível futuro da Nova Ordem Mundial e o outro sobre o papel da UE na democratização do mundo. Não faço grande ideia de como se fazem e as bacanas a quem perguntei também não, pelo que basicamente resumi os capítulos e fui dando a minha opinião (oito páginas, 3400 palavras para cada). Aprendi cenas e o professor - que me respondeu em inglês a um e-mail em francês - deu a entender que o mais importante é o exame escrito, sendo que não prestei atenção sequer a uma aula inteira, das que fui, e marquei o de Nano para o mesmo dia para assim conseguir ir a Milão. Como disse, já aprendi coisas e isso é que me importa com a cadeira; se passar no exame, para o qual irei, ainda assim, ler o livro o de estudo quando tiver tempo, é um bónus.

Para as cadeiras de Física, estou um pouco apreensivo, pois estou à toa e, como sempre, não sei estudar. A primeira é Fluidos e tenho visto vídeos e indo vendo a matéria, tendo já chegado à conclusão que o que importa a fazer são exercícios, que começarei na terça após ter os apontamentos de uma colega - e amanhã já irei a ler os slides do professor no avião. São seis dias até ao exame, penso que correrá tudo bem mas o que me dá algum medo é ser uma oral e não saber como funciona; habituei-me demasiado a ter imenso tempo para inventar o que não sabia e não o poderei fazer desta vez, mas por outro lado, só um gajo num documento com orais antigas do professor - que segui no Twitter anteontem - é que disse que ele não o ajudou quando não sabia. Vamos ver como será.

Irei, então, a Milão, de 25 a 27 de janeiro. Vou com a Hanna, que chega à tarde, enquanto eu só à noite, e voltamos na manhã de 27 pois ela trabalha e assim, sendo uma sexta-feira, escuso de deixar logo tudo tratado em termos de burocracias de Erasmus antes de ir nessa última viagem. Reservámos um airbnb por 17€ por pessoa para as duas noites, mas queria, ainda assim, tentar couchsurfing e poupar aí também pois por esse preço vai-se ao Giuseppe Meazza e está fora de questão não o fazer. E dado que a Marta deixou de facto de me responder, e ainda se faz de desentendida em relação a isso, a juntar às cartas que disse que me mandou mas que nunca chegaram, aprendi finalmente com um erro do passado: o de ficar à espera de uma gaja e assim não estar com outra. Já é difícil prender-me a algo em concreto, quanto mais a apenas uma possibilidade e ainda para mais com a mulher portuguesa, que nunca quer players mas que quer sempre game; o que tenho agora com a Hanna vejo a continuar no futuro, mas, e aprendendo com outro erro, não vou pensar demasiado nisso e deixar apenas andar, tal como tem acontecido.

Agora, vou acabar de ler o Tintim que comprei. Um bem-haja.
Pedro Mendes