Visualizações

sábado, 2 de outubro de 2021

First day at the European Commission

Yesterday, the 1st of October of 2021, was my first day working for the European Commission. So far, I'm still just a trainee at the Representation in Lisbon, but I think I can already say I am, even if so far for just five months, an European Union civil servant.

I am writing this blog post because I want to record it and, hopefully, look back within years, maybe decades, and read what were my thoughts back in the day. And for now, my first one is that it's a dream come true to have an EC email address!

The first day at the Rep was alright, everybody was super nice and the working environment, since most people spent most of their lives abroad before (Brussels and other places in delegations), is more horizontal than vertical. This is great, as I got used to it in the Netherlands and I identify myself better with this style of hierarchy.

Furthermore, and while the work of the organization seems to be a bit of everything overall, my traineeship plan in particular will make me focus on 2/3 priorities of the current von der Leyen Commission. I am for sure choosing the European Green Deal for writing an analytical final report, and I would also like to develop my knowledge further on Youth and economic reforms - which are very broad themes but I mean in relation to the EGD in particular. Then, there's really cool stuff coming up as well like the Web Summit, where we will be receiving Commissioners and I am super looking forward to it. Other than this, the place is nice (close to Avenida da Liberdade) and while it's a bit weird to work and not study in Lisbon, I will get used to it pretty soon.

In addition to all of this, I will also have the honour and extreme luck to go to Edinburgh to TED Countdown in mid-October. This is one of the biggest TED conferences that will focus on topics related to climate change, and it will be an opportunity to meet Vice-President Timmermans in the scope of a new initiative that is being launched: peer parliaments. Very, very exciting as well to take part in it and further expand the democratic engagement of everybody in the Union for this cause.

domingo, 24 de janeiro de 2021

24 de Janeiro de 2021: a pior derrota para a democracia Portuguesa em 45 anos

Olá.

O resultado do Chega nas eleições legislativas de outubro de 2019 foi de 1,29% dos votos. O que, por si só, já é 1,29% a mais que o que devia ser. Mas enfim, elegeram "só" um deputado, então parece que o país inteiro conclui, muito inteligentemente e em particular da parte dos centristas, que era só fogo-de-vista.

Hoje é dia 24 de janeiro de 2021. Ou seja, menos de ano e meio desde esse dia de 2019. André Ventura, o candidato apoiado pelo Chega, nonuplicou os resultados do partido fascista para estas eleições. É uma palavra estranha, mas existe, e aquilo a que se refere também é, infelizmente, real: o Chega teve mais de NOVE vezes o número de votos nestas eleições presidenciais que teve nas últimas legislativas. Nove vezes.

Vejo muita malta à direita (em particular o Chicão, daqueles fascistas de calças caqui que ficam na toca até que eles voltam ao poder) a celebrar esta vitória do "seu" candidato, eleito maioritariamente com votos de eleitores do PS. E também se vê, como de costume, centristas que se acham muito sábios por serem capaz esde dizer baboseiras como "ambos os extremos estão errados!" - curioso como só se vêem sempre a normalizar a extrema-direita, e nunca a extrema-esquerda -, a ficarem felizes pelo Marcelo ter ganho e, indo mais longe, por pelo menos a Ana Gomes ter ficado à frente do facho.

Eu votei nela, de facto. Não votei na Marisa ou no João, que também mereciam o meu voto e não, de todo, terem ambos, com o Tino incluído se quisermos, menos votos que o Ventura. Mas hoje é um dia péssimo, terrível, para a nossa democracia. Porque significa que há seis vezes e meia (o valor em número de votos absolutos) mais portugueses a votar no regresso do fascismo a Portugal. Porque políticos como Rui Rio, líder do segundo maior partido nacional, volta a defender o fascista, a sua coligação nos Açores e prova que a sede de poder em 2023 é superior à determinação em impedir a escalada do fascismo. E porque o presidente reeleito é conivente com tudo isto, pois não só não condenou a coligação nos Açores, que podia e devia ter feito simbolicamente, como ainda fala nos debates que se deve "debater" com fascistas (digam-me um exemplo na história onde isso resultou).

Não é um bom dia para a democracia portuguesa. É um dia, sim, muito, muito mau, pois a juntar a isto temos ainda uma abstenção superior a 60% - um recorde absoluto em mais de seis pontos percentuais. E é bom que a esquerda, e já quase que peço de joelhos, o PS, se apercebam que se nada muda até 2023, teremos um governo com o Chega coligado. E talvez não haja mais nenhum depois desse.