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domingo, 20 de novembro de 2016

Bruxelas - Semana 10

Mais uma semana, e o mundo está um pouco mais perto de rebentar. Às vezes sinto-me como se já tivesse 30, 40 anos e me estivesse a lembrar de como é que tudo começou: o Putin a sair do TPI, o Brexit, o Trump as eleições e o pessoal a dizer "claro que ele não vai ser assim tão mau...", o Erdogan a ir lentamente despedindo professores e juízes até acabar também com o cargo de Primeiro-Ministro... Eu não gosto muito de ter razão e as coisas correrem mal, portanto espero que o Pedro do futuro se lembre do Pedro do passado (atual presente) como um pessimista. E não como um realista.

Mas bem, agora que já vos deixei num mood pensativo, o que é que tenho para contar? Bem, no início da semana, fiz o que faço sempre, aula de Relações Internacionais e depois de Francês, para onde temos de fazer um trabalho de grupo sobre um aspeto da cultura belga. Eu queria fazer sobre o Tintim, portanto fui com o meu grupo - dois italianos e um espanhol, os gajos mais anhados de sempre, que nem sequer leram os livros mas que se juntaram apenas para terem um tema - a Louvain-la-Neuf, ver o Museu Hergé, que é de facto sobre toda a obra do artista belga mas quanto à qual, e a não ser que o protagonista fosse um jovem jornalista ruivo, caguei.

Só fomos hoje ao museu, no qual estive duas horas pois é mesmo fixe, com modelos do submarino de Rackham, o Terrível, da estátua d'A Orelha Quebrada, dos Charutos do Faraó, um modelo do foguetão que os levou à Lua (ainda antes dos americanos) em ponto pequeno, pois o grande está no aeroporto de Zaventem e vi-o logo quando cheguei, e ainda uma foto da aranha "gigante" vista ao telescópio n'A Estrela Misteriosa. Fiquei a saber a história por detrás da história, passe o pleonasmo, que o Chang do Lotus Azul existiu mesmo, do surgimento das personagens, enfim, gostei mesmo. E ao que parece há um Tintim que ainda não li, o Alph-Art, que parece que é uma história inacabada do Hergé. Vou ver se compro a versão original nos próximos dias.

Tive um fim-de-semana em cheio, na verdade; quer dizer, o Nole perdeu hoje o título do Masters e não conseguiu, assim, recuperar o número um ainda antes do final da temporada, mas eu disse logo após Roland Garros que, para mim, a temporada já estava feita, e certamente que ele terá agora tempo para voltar ao seu melhor daqui a já menos de dois meses. Voltando ao que tenho feito, fui finalmente ao concerto de MONO, Alcest e pg.lost na sexta, onde me colei a uns flamengos bacanos logo à entrada, e foi tão fixe que saí de lá como se tivesse passado o dia no ginário. A ordem das bandas foi a oposta à que escrevi, mas a relevância e, portanto, a duração, foi esta: pg.lost tocaram 5/6 músicas, o que foi pena pois queria ter ouvido mais, Alcest foram tipo 45min e depois vieram os japoneses, que não disseram uma única palavra e tocaram imenso, tendo feito durar três horas no total.

Após o final do concerto, vim para casa dormir umas 3, 4 horas, pois fui às 6h da manhã para Amesterdão, onde passei o sábado. Quer dizer, inicialmente estive em Zaanse Schans, um terra típica holandesa cheia de moinhos, e depois chegámos pela hora de almoço e, após comer, fizemos um tour pela cidade com uma chuva horrível. Foi provavelmente o único senão, pois Amesterdão (Amstel, o rio, dam, barragem/dique) é diferente de todas as cidades onde jáfui. Primeiro, os holandeses que conheço parecem ser de facto todos cinco estrelas, e depois porque, desde que não interfira ou ofenda alguém e contribua para a sociedade, se pode fazer tudo. Isto é um pensamento bastante acertado a meu ver, pois de facto a erva se for legalizada tem muito mais vantagens para o estado do que se não, e o mesmo se aplica à prostituição, que é ilegal essencialmente devido a questões religiosas. E as gajas que estão no Red Light District, meu Deus, se não contribuem... Ah, e ya, fui fumar com o gajo da organização da viagem para uma coffee shop após o passeio e após isso apenas ficámos por lá a colar ou mudámos de bar umas duas vezes, a última para conhecer a holandesa que me convidou para sair em Copenhaga e ver que destoava bastante do que se via nas montras pelas ruas. Ainda bem, de certo modo.

No resto da semana, ya, tive aulas, fui a algumas, voltámos a não ter na sexta-feira pois hoje é o dia do fundador da ULB e quiseram celebrar num dia de semana; assim, não tenho Nano há quase um mês, após a semana intermédia onde não houve por haverem poucos alunos, o feriado da passada e agora esta. E para marcar os exames orais, sugeri fazê-lo no grupo da turma e fizeram logo grande filme que era preciso falar com não sei quem e fazer não sei o quê; afinal não quero assim tanto marcá-los e vou só usar a carta do "eu não posso aí, sou de Erasmus" caso seja proposto para depois de 25 de janeiro; queria ver se ia à Escócia para me despedir do Erasmus, pois não voo por 20€, ida e volta, para lá desde Lisboa.

A carta da Marta éque nunca mais chega, e agora já são duas que vêm a caminho. Amanhã é o quinto dia útil desde que ela mandou a segunda, portanto, supostamente terá que chegar. Senão acho que vou falar com o bacano não-bacano dos Correios aqui de Etterbeek, que da outra vez me perguntou se falava inglês, eu disse que sim e continuou a falar francês sabendo que não estava a perceber. Putain.

Vá, ide dormir, que eu tenho merdas para fazer.
Pedro Mendes

domingo, 13 de novembro de 2016

Bruxelas - Semana 9

Como diz a parte materna da minha família, "cá estamos". Mais um semana que passou e já estou definitivamente na segunda metade do período de aulas, com cinco semanas pela frente (wow, agora que escrevi o número é que me apercebi de facto do quão pouco é). Estive em Louvain-la-Neuve, uma cidadezinha típica de estudantes perto de Bruxelas e da "versão" mais conhecida da mesma, Leuven - parece que os flamengos e os francófonos se chatearam, daí agora existirem as duas - e que faz lembrar Aveiro, pela construção, e Coimbra, pela bebedeira, en route para passar a sexta-feira em Colónia, no Carnaval local; já lá tinha estado logo no início do semestre, também com o pessoal tuga que conhecemos de lá, e agora, quase dois meses depois, pareceu que tinha sido na semana passada que lá tínhamos ido. E ainda ontem estava em Copenhaga e amanhã começa a terceira semana do mês. O tempo passa rápido que é uma coisa incrível.

Ora, mas o que raio é que foste fazer a Colónia, Mendes? Na verdade, já ninguém me chama Mendes há imenso tempo; é-me automático apresentar como Pedro e quase que oiço mais vezes chamarem-me Pablo, por causa do bigode que insisto em usar, que o nome que a minha mãe me deu - quando, segundo o meu pai, me queria chamar algo não muito comum. Nailed it.
Mas bem, ya, fui a Colónia, tal como disse (leiam tudo, por favor) ao Carnaval, pois o 11/11 é o dia do Armistício da I Guerra e, pelo menos na Bélgica, é feriado. Basicamente, foi ver pessoal mascarado e/ou bêbedo (pelo menos uma das condições e não necessariamente por esta ordem de eventos), uns bacanos a pôrem uma coluna no meio da rua num carrito a passar alto trance e a malta toda a ir atrás a dançar - tive de sair da Bélgica para finalmente não ouvir reggeatons e latinas e essa merda que passa por aqui - e, às 11h11, parecia que era véspera de Ano Novo e o pessoal passou-se. Moral da história: duas vezes que fui à Alemanha, a extremos opostos, as duas de autocarro para ficar bêbedo.

No resto da semana, bem, fui finalmente ver o hemiciclo do Parlamento Europeu na segunda-feira. Foi bacano, quisemos ir na segunda para ter um guia humano e não o audio, mas a letã que nos estava a explicar as coisas não sabia muito daquilo - tinha apenas um mês de experiência - e, portanto, isso não valeu muito a pena mas é sempre fixe. Fui ainda pela terceira vez ao Parlamentarium e já sou finalmente uma enciclopédia viva da UE. No resto do tempo, estive no meu primeiro evento do BEST, o Food Festival, onde basicamente cortei tomates - não os meus, pois teria de usar uma serra e não temos um orçamento assim tão grande - e abri baguettes para o pessoal que ia lá ver o que fazíamos. Esta terça-feira há outro, onde devo ir contar a minha experiência no curso. Na quarta, foi o encontro de professores de Física da região bruxelense, na minha aula de Didática, e fui lá mas a sala estava cheia, e apenas de professores, e portanto vim-me embora; pelo caminho, encontrei um professor que me disse algo como "és aluno mas serás um futuro professor" e ainda tentei voltar mas era fisicamente impossível. Além de que tenciono ensinar, ou educar, pelo menos, mas duvido que venha a ser de facto professor.

Já saiu o calendário de exames. Ao que parece, porém, só com os escritos; os orais têm que se marcar com os professores, o que é fixe, mas deixou-me pendente até agora e sem o saber. Basicamente, tenho o exame de Relações Internacionais - cadeira para a qual tenho casos de estudo para fazer, ou pelo menos assim reza a lenda - a 25 e volto a 29, de janeiro, para Lisboa, pelo que queria ver se entretanto ia a Bucareste ver os meus peeps romenos que conheci aqui no curso. Vou agora esta semana mandar e-mails e tentar falar com os professores para os marcarem todos para antes desse dia. Por falar em contactos via internet, a FCUL continua sem me pagar e eu continuo a insistir; agora parece que a culpa é da AE, pelo que amanhã já vou contribuir para o número de mensagens não lidas dessa malta que a única coisa que faz é fumar cigarros à porta da associação e fazer festas com metade da qualidade que anunciam - generalizando, claro. Gostava de ter ido para lá, já tinha os contactos quando saí da FCUL e acho que teria boas hipóteses de, pelo menos, ter lugar de destaque na lista atual; como sabem, isso não aconteceu mas o Francisco, um dos meus melhores amigos e o gajo que não assim tão poucas vezes recebe mensagens minhas de "meu, achas que ... é boa ideia?", vai fazer parte da lista e isso já é fixe.

De resto, a primeira carta da Marta não chegou na semana passada - o senhorio diz que eventualmente chegam sempre, no entanto - e ela disse que vai reenviar amanhã, e atualizada. Isso é fixe, estou de facto bastante expectante e é um ponto positivo do tempo parecer que está a passar rápido. E como prometi que ia escrever exatamente o que queria escrever, tenho de referir uma espanhola que há por aqui com quem há um não-algo que pode vir a ser algo; ela está com um certo mecanismo de defesa, ou talvez algo mais, e o pessoal à nossa volta parece que pressiona um bocado haver alguma cena mas, e em última instância, se ambos de facto quisermos, julgo que acontecerá. E isso não invalida em nada o que comecei por dizer neste parágrafo, pois são situações e, essencialmente, momentos diferentes que eu distingo perfeitamente na minha cabeça. Só preciso de não pensar demasiado nas coisas e desfrutar do meu período aqui. Ah, e estou a gostar de aprender dinamarquês no duolingo, acho que não me vou fartar e quando voltar a Portugal e já tiver net frequentemente no dia-a-dia, volto a usar a app.

Um bem-haja, meus caros.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Viagem a Copenhaga

O post desta semana vai sair já hoje, pois, para mim, a minha semana acabou quando voltei de Copenhaga. Até domingo, o que vou fazer - a começar por hoje, quando cheguei para a segunda parte de uma aula e, como à primeira só tinha ido um aluno, não houve mais nem sequer a da tarde - será, talvez e ainda assim, um bocadinho mais que o número de candidatos adequados à Casa Branca para as eleições da próxima terça-feira.

Na noite de Halloween houve esta festa de Erasmus em casa de umas amigas e eu tinha reservado um Blablacar para ir para o aeroporto de Charleroi para as 4h30 (que depois passaram para 4h15), pelo que levei logo a mala feita para ir direto. Entretanto, e após uns shots, outras cervejas, uma erva trazida de Amesterdão e ter ficado de pelota, o pessoal saiu para ir para os cafés ao pé do Cemitério de Ixelles, onde a malta sai entre o campus de Solbosch e o de La Plaine - para onde eu fui apanhar o carro.

A viagem foi tranquila, comigo ainda meio bêbedo e a começar a ressacar ao mesmo tempo. Chegando ao aeroporto, a de avião então foi a que passou mais rápido: só me lembro de sentar, adormecer, vir uma hospedeira pedir-me para levantar a mesa, dormir novamente e, de repente, ser de dia, estar a chegar e a bebedeira ter passado. Perfeito, bora lá.

Fui deixar as coisas a casa de uma amiga que está lá a estagiar, dormi uma hora e fui para o centro onde ia ter um free tour pela cidade de hora e meia. Aprendi factos bastante interessantes (por exemplo, há uma fonte, construída pelo rei Christian IV, que foi feita para deitar vinho, em vez de água, para uma cerimónia), fui almoçar no Copenhagen Street Food Market e, depois de ir a um posto de informações e descobrir que o passe que comprei de 72h tinha alcance até onde estava a ficar alojado - e, portanto, ter já gastado o mesmo número de coroas para nada nesse dia -, decidi não deixar para depois e ir desde logo a Malmö. A viagem, ida e volta, foi de cerca de 170 coroas, ou seja, 22€. Além da Escandinávia ser provavelmente a zona mais cara da Europa depois de, provavelmente, Londres e Paris, a noção de dinheiro é feita às dezenas: para eles, algo que custe até cinquenta "cenas" é considerado barato, pois 35 DKK equivalem a cerca de 5€.

Entretanto, cheguei a Malmö, após ter vindo a falar com um dinamarquês (temos de começar a ser como os ingleses e os espanhós e a chamá-los de "daneses", é bem mais curto) que falava espanhol e, depois de ter ido ao turismo e sendo já 15h30, pus-me logo a andar para sul, para ao pé de uma torre futurista que é também o ponto mais alto da península.

A torre não é nada de especial; tem uma forma em espiral, ya, mas é meramente de apartamentos, pelo que nem sequer fui muito perto dessa zona, toda ela cheia de casas também elas avant-garde. Agora, o pôr do Sol com vista para a ponte que liga a Dinamarca à Suécia é uma cena linda. Aconteceu às 16h30, o que quer dizer que, pouco mais de meio dia antes, estava eu consideravelmente não-sóbrio em Bruxelas. E agora, estava sozinho, a levar com vento por todos os lados, no sul da Suécia, a olhar para o Sol a pôr-se às 15h30 do meu país Natal. Lindo.

Como decidi ficar um bocado mais a passear por essa zona, quando fui finalmente para o centro da cidade, já não havia luz natural. Porém, deu para ver parques e zonas verdes com água pelo meio, praças bastante arranjadas, pessoas na rua, luzes, enfim; Malmö, como dizem os espanhóis, "me encanta" e hei de certamente voltar. Ao voltar para ir apanhar o comboio, desta vez na estação na parte norte e não na Central, onde havia saído três horas antes, o mesmo havia sido cancelado sem razão aparente; nada é perfeito, afinal.

Cheguei a casa já só por volta das 20h30, para jantar com a Inês, e depois disso uma holandesa convidou-me para "hang out" pelo couchsurfing, onde andei à procura de alojamento previamente. Como tinha outro tour, este de três horas, às 11h do dia seguinte e estava com uma hora de sono seguida em cima, demorei a decidir-me e ela depois acabou por ir para casa - e, ao que parece, ter alguns problemas que felizmente se resolveram -, pelo que combinámos encontrar-nos para me mostrar a cidade quando for a Amesterdão daqui a duas semanas.

O dia seguinte começou, então, com esse tal tour, o Grand Tour, por três quilómetros pela cidade, onde voltaram a falar dos incêndios que houve na cidade - dois, o que é incrível dado o frio que estes bacanos rapam -, do príncipe que é casado com uma australiana que conheceu nos olímpicos, no bispo Absalon que ganhou uma batalha pois destruiu a estátua do Deus de outro pessoal e então eles acharem que, assim sendo, a única coisa a fazer era a rendição, e muitas outras. Foi aqui que conheci uma escocesa, a Nicole, com quem fui depois ver A Pequena Sereia - que não é tão fixe como dizem os não-dinamarqueses, mas também não tão desapontante segundo os locais - e que combinei ver mais tarde antes de fechar a janela do Facebook onde anotei o nome dela. Felizmente, após chegar, acabei por a encontrar e talvez a volte a ver.

Depois disso, fui para o tour por Christiania, um bairro de Copenhaga, desta feita em castelhano pois as espanholas e mexicanas que vinham também desde Bruxelas já tinham chegado, além da minha colega de casa portuguesa. Este bairro é especial pois tem a sua própria lei (de certo modo) e, apesar de desacatos recentes, a polícia não entra, ou algo do género. O que há a reter daqui, porém, é que recomendo imensamente estes tours para quem for à capital "danesa". Só tenho pena de não ter tido mais dinheiro para a gorjeta, uma prática quanto à qual sou contra no geral mas não em casos com este.

Depois disto, fomos comer para um bar de estudantes de Erasmus e juntou-se a nós um gajo do BEST que conheci aqui em Bruxelas e que está lá em mobilidade. Fomos para a sua residência - enorme, para 700€ por pessoa por mês, com portas "normais" automáticas à imagem do resto da cidade - onde ficámos a beber, sendo que depois, e após as raparigas se terem ido embora, ainda fomos a um bar (com ele a explicar-me grande tática para tentar sacar uma das mexicanas e eu a rir-me bué) mas estava fechado e fui então também eu para casa.

Ontem, o último dia, já não fiz nenhum tour. Fui deixar a bagagem ao hotel delas, levei-as ao Grand Tour, fui ver dois museus. Primeiro, as ruínas do palácio de Christiansborg - que começou por ser construído pelo tal bispo badass há mais de 800 anos, tendo mais tarde passado a ser castelo "oficial" da cidade e ir agora na terceira versão com o nome atual (castelo de Christian), pois as duas anteriores, tal como o resto da cidade em algum momento, ardeu. É por isso que algumas casas não têm a esquina em 90 graus, mas em 45 graus, pois foram remodeladas após um dos incêndios e estando assim é mais fácil de combater um possível fogo no local. Aprendi bastante sobre a história da cidade nesse lugar; por exemplo, Kobenhavn, o nome da cidade, vem de Koben (mercado) e Havn (forma curta para porto). Bem, na verdade isto aprendi pois estava mal explicado na exposição e fui posteriormente questionar um dos gajos na bilheteira, mas conta. E vale mesmo a pena, pois também se pode ver, com outro tipo de bilhete, a antiga cozinha (40 DKK para estudantes, 60 DKK "normal") e ainda o local onde a rainha faz, ainda hoje, receções a convidados (o dobro do preço).

O outro museu que fui ver, após ter perguntado a umas dez pessoas, foram os Danish National Archives, que não sabia o que era mas que consistia numa exposição sobre como era ser um jovem dinamarquês nos anos 50 e 60, ou seja, em plena Guerra Fria. Não se pagava, mas não era por isso que não deviam ter mais que apenas um pequeno resumo em inglês, pois gostava de ter aprendido bem mais do que fiquei a saber. Este recomendo caso passem lá perto; se não, dá para ver na mesma recortes de jornais e objetos da época, mas se não souberem a língua vão ficar consideravelmente à toa.

Após isto, juntei-me novamente às hispânicas perto da "sirenita" e fomos à torre do Christiansborg ver uma vista fenomenal por Copenhaga - uma boa maneira de me despedir da cidade. Depois, fomos a um shopping ver de chocolates e merdas que elas queriam (na verdade era apenas comida), fui ao hostel pegar a mala, fui para o aeroporto, onde houve grande espera após ter chegado atrasado à porta de embarque mas o voo chegou na mesma a horas - e fui à janela, para contrariar o clássico aviso da Ryanair de "reserve o seu lugar, pode ficar com um no meio"!

Chegado a Bruxelas, bem, tive de arrotar 17€ pois não consegui um blablacar, por ter estado na fila errada, só apanhei o da meia-noite e quando cheguei já não havia transportes e paguei mais 15€ para chegar a casa. Ridículo, estava quase a bufar mas é aqui que há que ser estoico.

Conclusões da viagem: Copenhaga é do caralho. Pagava tranquilamente 68% de impostos para ter o país a funcionar bem, organizado, com pessoas que nem pensam em se esquivar às leis pois as coisas, de facto, funcionam e bem - até uma televisão com notícias e wifi nos autocarros têm! Acostumando-me ao clima, ponderarei seriamente viver por lá; aliás, hoje mesmo comecei a aprender dinamarquês no duolingo para isso mesmo. Foi uma grande experiência, das melhores pelas quais já passei.

Um bem-haja,
Pedro Mendes