Estive no Jamor no sábado. Fui com um amigo ver as meias-finais masculinas, e também consegui ver um bocado da final feminina - que era o meu objetivo inicial mas o Zé não queria estar a ver "gajas" (cada um sabe de si).
Primeiro, a viagem em si foi uma aventura. Saímos do Entroncamento por volta das 11h45, de comboio, para chegar ao Oriente um pouco antes da uma da tarde. Aí, apanhámos o metro até Cais do Sodré (ainda mudámos de linha na Alameda) e chegámos ao fim da linha mesmo a tempo de apanhar o comboio até Algés - tanto que foi por um triz que não o perdemos.
Já em Algés, não fazíamos a mínima ideia de como chegar ao Jamor até perguntarmos a uma simpática (para o caso de ler o meu blog) senhora que nos disse que não valia a pena apanhar o elétrico porque a linha acabava "logo ali". Logo alí o tanas! Andámos para aí 1km até apanharmos um autocarro e eram 14h45 quando entrámos no complexo.
Depois de comprar os bilhetes, ainda me encontrei com o pessoal do bolamarela.com e entrámos mesmo a tempo de ver a Kaia Kanepi fazer o break à Carla Suarez Navarro e ganhar a final do Estoril Open! Foi uma grande final, pois a estona perdeu o primeiro set e teve de salvar dois match-points no tie-break do segundo parcial (Navarro esteve a vencer 6-4) antes de levar o encontro à negra e vencer por 3-6 7-6(6) 6-4. Vimos a cerimónia de entrega dos troféus - e a tristeza da parte de abrir o champanhe, visto nenhuma das duas ter conseguido abrir a garrafa... - e logo de seguida começaram as meias-finais do quadro ATP.
Fui a pensar que o Gasquet ia despachar o Ramos facilmente e depois podia finalmente ver o Del Potro (e o Wawrinka) ao vivo, mas as coisas não correram bem assim. A primeira meia-final durou mais de três horas e foi de facto um grande encontro de ténis! Frente-a-frente estavam Albert Ramos, espanhol de 24 anos que não passou do qualifying no ano passado, e Richard Gasquet, antigo finalista em 2007 e conhecido tanto pela espantosa esquerda a uma mão como pelo caso de cocaína que o levou a ficar suspenso durante meses em 2009.
Foi um grande jogo. O Ramos entrou muito pressionante, com a direita a funcionar muito bem, e foi beneficiando da falta de eficácia da pancada de esquerda do francês - que esteve a grande nível nas rondas anteriores. Pensava que o Ramos não iria aguentar o ritmo mas conseguiu não só fazê-lo como ganhar o set com dois breaks à maior.
Para o segundo parcial comentei com o Zé que ou iria a 12 jogos ou a tie-break, e de facto foi - isto depois de o espanhol ter tido um break de vantagem, anulado dois jogos depois. O Gasquet ganhou facilmente o tie-break por 6-1 e aí pensei que fosse dar um 6-0 ou 6-1 na terceira partida. Enganei-me outra vez...
Na negra, o nível elevadíssimo manteve-se a já a esquerda do francês estava muito mais afinada - no lado de Ramos, a direita mantinha-se forte mas o serviço já começava a descambar. Tudo isto levou a que o set voltasse a ser muito bem disputado e a serem necessários 12 jogos, com o francês a quebrar o catalão a 5-5 e a seguir servir para fechar a 2-6 7-6(1) 7-5. E com isto tudo eram 18h45.
Não me arrependo de não ter visto o jogo completo do Delpo. Ainda fiquei no estádio para o início - e vi o Del Potro e o Wawrinka a dois metros de mim quando entravam para o court - e depois pude ver ao vivo o serviço do argentino; espetacular! Estava a ser um jogo disputado, com o Delpo a servir bem, como sempre, e a esquerda (também a uma mão) do suiço a funcionar bem quando começou a chover a 2-1 0-30. Aí, e visto já começar a tardar, viémos embora e vim a saber na viagem para cá que o argentino ganhou fácil em dois sets... Pensei que o Wawrinka desse mais luta mas de facto era complicado contra a Torre de Tandil.
No dia seguinte, vi pouco da final mas não fiquei surpreendido com a vitória do Del Potro. Mais uma vez, não pensava que fosse em dois sets mas não fiquei muito espantado visto ter presenciado a quebra de rendimento do Gasquet no dia anterior. O argentino fez o bi no Jamor, e continua a provar que o lugar dele é no top-5... Agora falta mesmo lá chegar.
É tudo. Cumprimentos,
Pedro Mendes
Sem comentários:
Enviar um comentário