É verdade, ando cada vez mais distante do Uspeti. Com a Faculdade, o Bolamarela.com, e agora também a revista que criámos no Departamento de Física (espreitem, é muito interessante não só para quem gosta de física: http://horizon.fc.ul.pt/), mal me lembro sequer de vir aqui.
Porém, tal como fiz no final de Wimbledon, também vou dar a minha opinião sobre a edição deste ano do United States Open - que, à semelhança do torneio no All England Club, terminou com Novak Djokovic a perder a final...
Foi um torneio que começou logo com a retirada de James Blake na 1ª ronda, que ainda venceu os primeiros dois parciais mas quis o destino que o encontro contra Ivo Karlovic fosse mesmo o seu último encontro; o norte-americano provavelmente não será relembrado como um dos melhores tenistas do seu país de sempre, mas o facto de ter sido nº4 do mundo - exatamente na semana em que chegou à final do Masters, em 2006 -, aliado à sua direita "canhão", irão certamente estar na memória de quem o recordar. Eu já não me lembro de o ver ao seu melhor nível, mas gostava bastante de quando o via em court. Para sempre, James Blake.
De resto, o campeão de 2009 Juan Martin del Potro caiu na segunda ronda aos pés de Lleyton Hewitt. O australiano, também ele vencedor em Flushing Meadows há doze anos, para mim não é uma surpresa quando chega à segunda semana de um Major (mesmo considerando o seu ranking fora do top-200); os grandes campeões têm sempre esta capacidade de sobressair nos grandes eventos, e é exatamente isso que ele continua a fazer a espaços.
Antes de passar às finais, quero referir ainda a prestação de Roger Federer. De facto o suiço, o meu jogador preferido antes de começar a ver ténis mais a fundo e começar a torcer pelo Nole, parece estar definitivamente na curva descendente conforme referi no último post... Este foi o primeiro ano, desde 2002, que Federer não chegou à final de qualquer torneio do Grand Slam; além disto, o suiço já havia visto o seu recorde de 36 quartos-de-final consecutivos em eventos desta categoria ter sido quebrado em Wimbledon e não foi capaz de voltar a esta fase de um Major agora em Flushing Meadows. As ATP World Tour Finals ainda não estão asseguradas para o agora nº6 mundial, apesar de eu achar que ele conseguirá naturalmente a qualficação, mas mesmo que ganhe agora tudo até final da temporada, este ano será sempre um dos piores anos da carreira do recordista de vitórias em eventos do Grand Slam desde que chegou à ribalta.
Finalmente, as finais. Não me quero alongar muito que já estou cansado, e além disso ambas tiveram o desfecho que eu não queria. No entanto, se é verdade que a Serena Williams é indiscutivelmente a melhor tenista do mundo (a Azarenka é, para mim, a única que lhe faz frente mas quando ambas estão ao seu melhor nível a vitória dificilmente não deixará de sorrir à norte-americana), já a nova derrota do Nole na final do US Open - e após Wimbledon, há dois meses - volta a não ser muito fácil de digerir.
Não tenho dúvidas que o tenista em melhor forma neste momento é o Rafael Nadal, que logicamente vai acabar a temporada como número um mundial. Porém, isso também se deve a (muito) demérito dos outros tenistas, principalmente o Nole; começa a ser repetitivo o bloqueio que ele parece ter depois do Open da Austrália, já que, à semelhança da temporada passada, ele volta a perder a final de dois Majors após vencer o primeiro torneio do Grand Slam do ano em Janeiro. Não me parece que ele fique muito afetado, ou pelo menos deprimido de certo modo, pois parece claro que o seu grande objetivo de carreira é a vitória em Roland Garros (tal como ele admitiu que a derrota na edição passada do Open de França foi muito difícil de ultrapassar); agora, um número um mundial não pode facilitar como facilitou no terceiro set da final deste ano! Se calhar eu é que sou muito exigente com ele desde o grande ano de 2011, e é claro que o Nole não pode ganhar sempre contra o Nadal (ter-lhe ganho em Monte Carlo este ano foi um feito ímpar!), mas esperava um pouco mais... Enfim, há ainda mais dois eventos Masters 1000 e o Masters para defender/ganhar.
E é tudo. Espero que ainda alguém tenha lido isto.
Um bem-haja,
Pedro Mendes
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