Novidade no circuito nesta temporada: a criação de um evento de final de ano onde competem os melhores tenistas que disputaram torneios Challenger - torneios de categoria inferior em relação aos ATP oficiais -, à semelhança dos ATP Masters Finals, evento de final de ano que reúne os 8 melhores tenistas do circuito e começa no domingo, em Londres (e sobre o qual dedicarei o último parágrafo deste texto).
Nesta edição de estreia dos Masters Challenger, realizada no Brasil, competem os 7 melhores tenistas em torneios da categoria e um tenista convidado pela organização - neste caso, o nº1 brasileiro Thomaz Bellucci. Entre os outros 7, aparece como 1º favorito o melhor tenista nacional de todos os tempos, Rui Machado.
De facto, o evento ainda nem acabou. Eu estou a escrever porque o Rui Machado já foi eliminado - e, por sinal, de uma maneira incrível. Pessoalmente não tenho interesse neste evento, sem ser pelo facto de o Rui ter participado.
Ora, o nº1 nacional, vencedor dos Challengers de Marrequexe, Rijeka, Pozdan e Szczecin, não passou da fase de grupos. Eu sinceramente tinha dúvidas que passasse, visto ser em piso rápido - ele chegou a terras de Vera Cruz com 0 (zero) vitórias em hardcourt esta temporada. Porém, o algarvio até ganhou os primeiros dois encontros e tudo parecia encaminhado para alcançar as semi-finais... Bastava ganhar um set no último encontro (ou 8 jogos) contra o alemão Cedrik-Marcel Stebe e o Rui passava a fase de grupos.
Não foi o que aconteceu. Machado até esteve bem no primeiro set, chegando a recuperar de 2-5 para igualar a 5-5, mas depois cedeu novo break e perdeu esse primeiro parcial por 7-5. Pronto, o Rui até esteve bem e bastava mais 3 jogos ganhos para passar - ou até mesmo um set. No segundo parcial, foi o desastre total... Machado levou um "pneu", tendo apenas ganho 2 pontos com o seu serviço em todo o segundo set e perdendo, naturalmente, por 7-5 6-0. Rui Machado estava fora do ATP Challenger Tour Finals 2011 devido à menor percentagem entre jogos ganhos e perdidos - critério de desempate usado quando dois tenistas ganham o mesmo número de jogos e sets.
Apesar de tudo, fiquei desapontado com o nº1 nacional. Naquela que poderia ser uma grande hipótese de ganhar protagonismo, o Rui não a aproveitou e sai pela porta pequena (mesmo tendo em conta algum azar à mistura). Mais uma vez se prova a inconstância do ténis nacional - que, fora de terra batida, deixa muito a desejar - e dos tenistas nacionais - que poderiam levar a sua carreira mais a sério. Apenas a minha opinião.
Agora, uma breve antevisão do que será o Masters de Londres da próxima semana. Para começar, uma coincidência: tenistas rankeados em lugares ímpares ficam no Grupo A (Djokovic, Murray, Ferrer e Berdych), e os jogadores que ocupam lugares pares vão jogar para o Grupo B (Nadal, Federer, Tsonga, Fish).
Devido à grande diferença de qualidade, confirmada nesta temporada em que Djokovic e Murray se aproximaram ainda mais de Nadal e Federer - sendo que Djokovic estará, neste momento, acima do espanhol e do suiço -, julgo que o top-4 chegará às meias-finais na sua totalidade - como aconteceu em Roland Garros e no US Open. Porém, não será fácil: Ferrer é sempre um adversário difícil, apesar de ser muito melhor em terra batida do que em qualquer outro piso (por exemplo o de Londres, hardcourt); Berdych, na sua melhor forma, é também um jogador a temer - prova disso são os grandes resultados do ano passado; e Tsonga tem sido o "5º jogador" desta temporada, alcançando bons resultados contra tenistas do top-4. Quanto a Fish, que faz a estreia no Masters, duvido que tenha hipótese de mostrar grande coisa; mas é também um excelente tenista.
Cumprimentos,
Pedro Mendes
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