Disputou-se esta semana o último evento da categoria Masters 1000 da temporada, realizado nos campos cobertos de Paris-Bercy. Num ano dominado por Novak Djokovic, que triunfou em 5 (primeiro tenista da história a fazê-lo) dos 9 torneios ATP que adicionam 1000 pontos ao vencedor, foi a vez de Roger Federer amenizar um pouco a decepcionante época que tem vindo a fazer e triunfar pela primeira vez na capital francesa - ele que nunca tinha sequer chegado à final do torneio.
Foi uma vitória com categoria a de Federer na final realizada hoje, mostrando ao longo do torneio a classe que o levou ao topo do ranking durante 285 semanas. Chegando à final sem ceder um único set, o vencedor de 16 torneios do Grand Slam derrotou categoricamente Jo-Wilfried Tsonga em menos de hora e meia (1h26min) por 6-1 7-6(3). Foi o terceiro título da temporada para o suiço (segundo em duas semanas) e também o 69º da carreira, em 99 finais disputadas - o que significa que Federer ganhou perto de 70% das finais que disputou, números impressionantes.
Como o leitor já decerto reparou, o meu tenista preferido é o sérvio Novak Djokovic. Porém, sempre achei o Federer um exemplo de tenista, dentro e fora dos courts, e considero-o mesmo o melhor de todos os tempos. E, de resto, os números falam por isso.
Com a chegada à final de Paris, Roger Federer tornou-se no segundo tenista da história a chegar à final dos 9 Masters 1000. Com a vitória na Cidade das Luzes o natural de Basileia também quebrou um jejum de 15 meses sem títulos de 1000 pontos (desde Cincinnati 2010), ganhando o evento sem ceder um único parcial (primeira vez que o faz desde Madrid 2006) e alcançando o seu 18º título da categoria, sendo o segundo tenista mais titulado de sempre - a apenas um triunfo de Rafael Nadal, com 19. Além de que alcançou a 800ª vitória da carreira na meia-final de Paris.
Como já disse (ou escrevi, porque tenho estado calado), esta vitória em Paris serve para atenuar um pouco a época aquém das expectativas do vencedor. Foi o primeiro ano desde 2002 que Federer não ganhou um Major (ele que é o recordista, com 16), além de que, até final de Outubro, o suiço tinha apenas um título - conquistado nas primeiras semanas da temporada, em Doha. Agora na entrada para o último torneio da época, os ATP Masters Finals de Londres, Federer tem a defender os 1200 pontos conquistados no ano passado. Para recuperar o 3º lugar até final do ano, tem repetir o triunfo na capital londrina.
Agora que terminaram os eventos Masters 1000 da temporada, tempo para estatísticas. Primeira vez na história que os torneios se repartiram apenas pelos 4 melhores tenistas mundiais - Novak Djokovic venceu cinco desses torneios, Andy Murray triunfou em dois e tanto Rafael Nadal como Roger Federer (outrora os "reis do circuito") apenas lograram 1000 pontos cada em função dos M1000.
Como tal, Nole venceu mais Masters 1000 do que todos os outros tenistas do circuito combinados, ao passo que o Murray tem tantos triunfos em torneios Masters 1000, nesta temporada, como Nadal e Federer juntos.
Nota-se uma evolução no circuito; no início do ano, era impensável (pelo menos para mim) o facto de Andy Murray, que nunca venceu um Slam, terminar a temporada com tantas vitórias em M1000 como Nadal e Federer juntos (26 Slams no total entre estes dois).
Cumprimentos,
Pedro Mendes
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